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Até logo, instagram!

Em 2020, resolvi reviver este blog após passar por muitas questões. Então, voltei, aos poucos, a escrever por aqui. No ano passado, passei por mais problemas e, em setembro, criei coragem para falar sobre isso. Mas, desde então, nunca mais voltei aqui. Porém, já há algumas semanas tenho sentido a vontade de sentar e escrever sobre os muitos pensamentos e sentimentos que têm me rondado ultimamente. O problema é que eu não criava coragem para o fazer. Do fim do ano até agora, estive muito ocupada com as minhas obrigações profissionais e acadêmicas e, em seguida, me senti estafada. Ainda estou um pouco. E, no fim das contas, foi isso que me motivou a sentar em frente uma página em branco do blogger e começar a digitar este texto. Há pouco menos que uma semana, mais exatamente na segunda-feira, dia 14/02, eu me senti exausta, o que não fazia sentido algum, já que era uma segunda-feira e eu faço de tudo para ter os fins de semana livres (é raríssimo me ver estudando ou trabalhando nesses di
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la regeneración post mortem

la regeneración post mortem , por Bárbara Silva (2021) "la regeneración post mortem " foi minha primeira colagem. no dia 27 de agosto, senti a necessidade de me expressar de alguma forma diferente da habitual, que é a escrita, então iniciei o processo de tentar produzir colagens. essa foi a primeira que fiz. sentei e fiz. simples assim, foi natural, processual. dei uma olhada em algumas colagens na internet e simplesmente coloquei na página em branco tudo aquilo que eu precisava colocar: as cores, os símbolos, a inspiração foram sendo construídas naturalmente. a inspiração para essa colagem veio das minhas dores e perdas do ano passado. em 2020, minha avó, a matriarca de minha família, se foi, vítima do câncer. poucos meses depois, minha coelhinha de estimação mais velha, que estava comigo desde minha adolescência, também se foi, vítima da passagem do tempo.  passar por essas perdas fez com que eu repensasse não só minha rotina e minhas prioridades atuais, mas também revisse

Meu espaço na agenda

Capriconiana nata, sempre fui a pessoa que se afoga em ocupações e obrigações, não só pelo gosto de ter responsabilidades demais, mas também pela necessidade de não lidar com outros sentimentos, pensamentos e aflições que ocupam a alma humana. Quando pareço uma enxurrada emocional, me ocupo até não ter lugar para os sentimentos escapulirem. Foi assim que lidei com o luto no ano passado. Me ocupei com coisas que não deveria, enchi minha agenda com opções de atividades que não me interessavam, me comprometi com trabalhos nos quais eu não acreditava. Mas, às vezes, o luto não pode ser simplesmente ignorado. Não podemos jogar um monte de tralha em cima dele e dizer "fica escondido aí, ok?". A gente sente e sente dor e chora e sofre. Foi aí que percebi que precisava fazer da morte um renascimento para mim mesma. Me deixei sentir cada milímetro da dor, deixei escapar por meus olhos cada mililitro de lágrima. E, depois disso, percebi que eu precisava abrir um espaço na minha agenda

Por que esperar pela aposentadoria para levar a vida que sempre sonhei?

 A pandemia de COVID-19, a não vivência de diversos momentos e a dor causada pela perda de entes queridos no último ano me fizeram repensar muitas coisas sobre minha vida e sobre meus sonhos. Tenho 24 anos, tenho sangrado pra cachorro e ano passado uma parte de mim morreu, junto com a minha avó e com a Karou, minha coelhinha de estimação mais velha. Desde que adentrei na vida adulta vivenciei dores e medos que eu não esperava. Me vi, nos últimos 4 anos, mais vezes em hospitais do que esperava... E, bom, ano passado o mundo acabou... Sei que não fui a única que vivenciou coisas horríveis nesse período de pandemia; e eu nem posso dizer que as dores que vivi foram diretamente ligadas ao Coronavírus. Muito possivelmente, se ele não existisse, eu as teria vivido da mesma forma. São as fatalidades da vida, né? Ou: a única certeza que temos é a morte. Mas uma coisa que a quarentena e o distanciamento social fizeram foram me dar uma nova perspectiva sobre isso tudo. Ao passar pelas dores que p

Leio para não ser engolida pela rotina

na semana passada, uma amiga (oi, Luiza) compartilhou a seguinte frase no story do instagram "livro não é  unidade de medida" e essa é uma verdade que deveria ser absoluta. mas isso vai na contramão da sociedade em que vivemos atualmente e vai na contramão da possibilidade de criação de conteúdo para a internet. essa reflexão tem absolutamente tudo a ver com a forma com que eu venho repensando e ressignificando minha vida, minha produção acadêmica, meu trabalho como professora e, óbvio, minha relação com o universo virtual. estar no instagram enquanto "produtora de conteúdo", apesar de não viver disso, me fez muitas vezes reconfigurar minha vida e ter crises de identidade sobre como o que eu gostaria de fazer/ser. nunca vi na internet uma possibilidade de trabalho, apesar de sempre gostar de falar por aqui (vide este blog que criei há muitos anos). falar sobre as coisas, trocar ideias e experiências sempre foi uma grande paixão para mim e foi um dos motivos pelos qu

Uma reflexão sobre presença

Enquanto aguardo minha reunião de trabalho, tomo um delicioso e aconchegante chá de guaco com gengibre e mel. É impressionante como momentos que antes eu não valorizava tanto passaram a ser tão importantes para mim nos últimos meses. Estar presente tem sido cada vez mais necessário para mim. Estar presente de verdade. Perceber o ar inflando meus pulmões, sentir a água ou o chá umedecendo minha língua e escorregando pelo meu esôfago e hidratando cada célula do meu corpo são atenções que até então eu não tinha. Perder entes queridos e, ao mesmo tempo, não poder ter contato com aqueles que continuam vivos é doloroso e faz a gente perceber o que de fato importa. Por isso, tenho tido a delicadeza e a necessidade de, ao estar presente, me comprometer em estar ali de corpo, mente, alma e coração. A tecnologia tem nos permitido um mínimo contato com as pessoas queridas, tem nos permitido também manter nossos trabalhos e atividades de forma remota, mas, ao mesmo tempo, ela tem nos distanciado d

Um manifesto em favor dos sebos

Nunca tinha parado para pensar há quanto tempo frequento livrarias. Lembro de, na infância, ir à biblioteca municipal e pegar alguns livros. Só que de começar a ir às livrarias, eu não me lembro. Mas é engraçado, porque, ao mesmo tempo, tenho muitas recordações da minha mãe me dando gibis da turma da Mônica quando eu era mais nova. Lembro inclusive da livraria em que ela comprava. Quando me tornei adolescente, lembro da minha mãe dizendo que ia comprar meus livros da escola num “sebo”. Mas que diabos é isso?! Foi quando ela me disse que era uma livraria que vendia livros usados. E, na verdade, era exatamente a mesma livraria que ela comprava aqueles meus gibis que eu gostava tanto. Sempre soube que meus gibis e meus livros eram usados, mas nunca soube que as livrarias que vendiam livros de segunda mão tinham outro nome. Hoje, posso dizer que sou super adepta dos sebos. Uma seguidora incontestável. A maior parte dos meus livros são usados, até porque eu decidi ser classicista, né?  Ante